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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

sábado, 27 de agosto de 2011

SARAH


Centro Internacional SARAH de Neurorreabilitação e Neurociências




O HOSPITAL SARAH RIO, especializado em neuroreabilitação, inaugurado no dia 01 de maio de 2009, na Barra da Tijuca, já está cadastrando para atendimento, novos pacientes adultos e crianças com as seguintes patologias:

· Paralisia cerebral · Crianças com atraso do desenvolvimento motor
· Sequela de traumatismo craniano ·  Sequela de AVC · Sequelas de hipóxia cerebral · Má-formação cerebral · Sequela de traumatismo medular · Doenças medulares não traumáticas como mielites e mielopatias · Doenças neuromusculares como miopatias, neuropatias periféricas hereditárias e adquiridas, amiotrofia espinhal · Doença de Parkinson e Parkinsonismo · Ataxias · Doença de Alzeihmer e demências em estágio inicial · Esclerose múltipla · Esclerose lateral amiotrófica em estágio inicial · Mielomeningocele · Espinha bífida · Paralisia facial

O atendimento é totalmente gratuito.
O cadastro para atendimento de novos pacientes é feito exclusivamente pelos telefones: 21 3543-7600 21 3543-7600 21 3543-7600 21 3543-7600 e 21 3543-7601/2, das 08 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. http://www.sarah.br/

Endereço:
Embaixador Abelardo Bueno, nº 1.500
Barra da Tijuca
22775-040 - Rio de Janeiro - RJ




terça-feira, 23 de agosto de 2011

ESTRESSE: dicas e curiosidades



Dicas e curiosidades de como controlar os males do estresse:

O estresse pode tornar uma pessoa irritada, impaciente e impossibilitada de se concentrar em tarefas. Outras pessoas perdem o sono ou descontam a ansiedade comendo alimentos nada saudáveis.
Para os que sofrem diariamente com situações de estresse, existem boas notícias: independente da falta de tempo e do número de obrigações a serem cumpridas, sempre há uma maneira de controlar o estresse.

Causas do estresse

Basicamente, o estresse surge devido ao número de exigências e obrigações, de diversos níveis, que as pessoas recebem todos os dias. Essas exigências são físicas, mentais, emocionais, e até mesmo de natureza química. A palavra “estresse” é utilizada tanto a situação estressante quanto os sintomas vivenciados sob sua influência (resposta ao estresse).
O estresse ativa o sistema nervoso simpático, estimulando a liberação de hormônios por todo o corpo da pessoa estressada. Esses hormônios dão energia a pessoa, como a reação de “luta ou fuga” (espécie de “alarme” que toca internamente em situações que o corpo se encontra em perigo).
A reação de “luta ou fuga” faz o coração bater mais rápido. A pessoa pode se sentir muito nervosa e com dificuldades para respirar. A curto prazo, a reação de “luta ou fuga” provoca modificações que permitem a pessoa lidar com situações de estresse.
Quando a situação de estresse é enfrentada (ou mesmo quando algum acontecimento estressante é apenas lembrado) as alterações hormonais deixam o corpo em estado de grande excitação, preparando a pessoa para a ação.
O estresse pode ser positivo (como a ansiedade antes de uma festa de aniversário ou recebimento de algum prêmio, por exemplo) ou negativo (discussão no trânsito ou briga com chefe, por exemplo), dependendo da situação. Se contínuos, podem levar à perda de produtividade, problemas de saúde e exaustão.


Quais são os sintomas?

Os sintomas do estresse variam bastante entre uma pessoa e outra, mas geralmente, todas as pessoas se sentem pressionadas e sobrecarregadas. Outros sintomas são:
Queixas de dores físicas (dores de estômago, de cabeça, no peito, náuseas, diarréia, sensação de dormência ou formigamento em mãos, braços e rosto).
Mudanças de comportamento em casa (choro sem motivo, raiva inexplicável, explosões temperamentais).
Problemas para adormecer, pouco sono ou sono exagerado, pesadelos.
Dificuldade de comunicação e alterações na personalidade, como por exemplo, exigir mais atenção que o usual ou se tornar uma pessoa quieta.
Impaciência, intolerância e irritabilidade.
Quem está vivenciado algumas dessas características têm chances de estar em um nível alto de estresse. Se não controlado, o estresse pode levar a sentimentos permanentes de desamparo, ou mesmo ao desenvolvimento de doenças como a depressão e ansiedade.
Muitas vezes os sintomas do estresse são confundidos com estas doenças. Uma das principais formas de diferenciar é que o estresse normalmente cede quando a situação estressante é afastada.



6 estratégias para controlar o stress

1. Identifique as fontes do estresse
Tente descobrir os desencadeantes. Você se sente ansioso antes de uma prova? Está com a agenda cheia de compromissos? Talvez você esteja além do limite, e se sente irritado e cansado. Após identificar as fontes, tente minimizá-las o máximo possível.
2. Fale e compartilhe
Explique ao seu professor que está tendo problemas com alguma matéria, por exemplo. Converse com amigos sobre como está se sentindo. Expor os sentimentos sem ser julgado é essencial para manter uma boa saúde mental e lidar melhor com estresse.
3. Reserve mais tempo para você
Antes que você chegue ao limite máximo, procure um tempo para ficar só. Um tempo para fazer o que quiser, longe das preocupações e responsabilidades do mundo. As vezes este tempo tem que ser obrigatório, ou seja, reservado para uma atividade de relaxamento ou lazer.
4. Defina limites
Não tenha medo de dizer “não” antes de assumir grande número de compromissos, especialmente se você está equilibrando seu tempo entre faculdade, trabalho e atividades extracurriculares. É importante saber definir as prioridades, para não se sobrecarregar. Dizer “não” pode, alem de ajudá-lo a controlar o estresse, dar-lhe mais controle sobre sua vida.
5. Controle a respiração
Respirar pode medir e alterar o seu estado psicológico, fazendo um momento estressante aumentar ou diminuir de intensidade. Prestando atenção em sua respiração. Inspirar profundamente e em seguida soltar o ar lentamente é uma excelente técnica para se sentir mais relaxado.
6. Exercite-se diariamente
Exercícios aumentam a liberação de endorfina, substancias produzidas naturalmente no cérebro que trazem sentimentos de tranqüilidade. Muitos estudos mostram que o exercício, juntamente com o aumento da liberação de endorfina realmente faz aumentar a confiança e auto-estima e reduzir as tensões. Além do mais, se você já andou por vários quilômetros, você sabe como é difícil pensar em seus problemas, quando a sua mente está focada em andar.



O stress pode deixar as pessoas doentes?

O problema do estresse é que ele é cumulativo. Em outras palavras, se você não tiver uma boa maneira de lidar com o estresse ou contrabalançar a reação de “luta ou fuga”, a constante exposição aos hormônios sobrecarregam o corpo.
Alterações nos níveis de hormônios produzidos pelo stress podem prejudicar a saúde. Quando os níveis de stress aumentam, acontece uma superprodução de hormônios que enfraquecem o sistema imunitário. Isto pode levar a problemas físicos e psicológicos.

Quando devo procurar ajuda?

Quando o estresse interromper a sua vida, causando problemas na hora de dormir ou fizer você se sentir ansioso e fora de controle, fale com um profissional da saúde. Ele poderá recomendar um terapeuta que poderá oferecer apoio e dar-lhe alguns conselhos práticos na forma de lidar com o estresse sem deixá-lo assumir a sua vida.
Um sinal de alerta é quanto a sensação de estresse invade situações não relacionadas a ele, como o convívio social, familiar e os momentos de lazer.

Daqui:
www.vocesabia.net



terça-feira, 16 de agosto de 2011

DICAS PARA ENFRENTAR UM CONCURSO PÚBLICO



1. Estude apenas o que é necessário

Antes de participar de qualquer concurso, é importante ler o edital, que é um documento com as regras da prova e os conteúdos que serão pedidos pela banca examinadora. O edital é encontrado no site da empresa que organiza o concurso. É uma ótima maneira de saber exatamente o que é na hora de estudar.

2. Faça um cursinho ou invista em apostilas

Faça um cursinho. Não sai barato, em média, de quatro a seis meses custam R$ 1.000 *. Mas vale muito a pena. Os professores têm anos de experiência em concursos e dão dicas úteis. Quem não pode fazer cursinho deve investir nas apostilas. Vendidas nas sedes dos cursinhos, elas trazem todo o conteúdo que deve ser estudado. Mas certifique-se de que é um material atualizado.

3. Inscreva-se em vários concursos

Quando os candidatos estão muito focados em apenas um concurso, a chance de serem reprovados é alta, pois ficam mais tensos.

4. Dedique a mesma atenção a todas as disciplinas

Estude todas as matérias do edital com a mesma ênfase.

5. Organize seu tempo

Você pode dividir o seu tempo. Como, por exemplo, estudar quatro horas em cursinhos preparatórios. Depois do almoço,estudar mais três horas em casa. Se você não dispõe de tanto tempo, não entre em pânico. Não é a quantidade de horas que garante a aprovação, mas a qualidade do estudo. Por isso, é preciso ser organizada: uma vez por semana, monte uma tabela com o seu tempo livre e distribua os conteúdos que precisa estudar.



6. Simule as condições da prova

Uma vez por semana, faça uma prova antiga da mesma banca examinadora do concurso para o qual estava estudando. Dá para encontrar provas antigas em alguns sites, como o www. pciconcursos.com.br.

7. Tenha um canto de estudos

Acostume-se a estudar sempre no mesmo lugar. Assim, as chances de você se manter concentrada durante os estudos é maior.

8. Conheça a instituição em que você deseja trabalhar

Procure informações na internet e converse com funcionários do órgão público para o qual você prestará o concurso. Conhecer os benefícios que o funcionalismo oferece pode deixá-la mais motivada. E ficar por dentro da realidade da instituição pode ajudar você a responder às questões da prova: é bem comum caírem perguntas sobre a legislação e as características do órgão escolhido.

9. Peça ajuda aos familiares

A vida de quem estuda para um concurso gira em torno da prova. É importante que os familiares entendam. Afinal, como dizem os gurus dos concursos públicos, o sofrimento é passageiro, mas o benefício de estar em uma instituição pública é para sempre.

10. Não desista na primeira reprovação

Estabeleça um prazo longo para ter resultados e estude com afinco. O resultado pode ser surpreendente!

* Preço pesquisado em Agosto de 2011



DAQUI.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

OSTEOARTRITE / ARTROSE


Popularmente conhecida como artrose, a osteoartrite é uma doença das articulações caracterizada por degeneração das cartilagens, acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas.

É a mais comum das doenças reumáticas: 80% a 90% das pessoas acima de 40 anos já mostram sinais de osteoartrite ao raio X. Mulheres e homens são acometidos na mesma proporção.

Se as cartilagens articulares não existissem um osso se chocaria contra outro. Ao impacto, as cartilagens são comprimidas e expulsam água de seu interior, que é reabsorvida quando as forças compressivas relaxam. A osteoartrite resulta do aumento de conteúdo líquido no interior do tecido cartilaginoso.

O principal sintoma é a dor articular de instalação insidiosa, que aumenta de intensidade com o passar dos anos. Fases mais sintomáticas costumam ser seguidas por outras com regressão do quadro.

No início, a dor surge com o movimento e desaparece com o repouso. Com o tempo, pode ocorrer enrijecimento e diminuição da mobilidade articular. O enrijecimento tende a desaparecer segundos ou minutos depois da movimentação, diferença importante com os casos de artrite reumatoide em que chega a persistir por horas.



As articulações mais acometidas são:

1) Mãos: afeta principalmente as juntas entre a segunda e a terceira falange, provocando abaulamentos (nódulos de Heberden). Mais raramente esses nódulos surgem na articulação da primeira com a segunda falange (nódulos de Bouchard). Vermelhidão local, dor e inchaço instalam-se ocasionalmente;

2) Joelhos: pode haver derrame articular, dor e alargamento das estruturas ósseas vizinhas, com ou sem crepitação (como se houvesse areia na junta). Nas fases mais avançadas as deformidades desalinham os ossos;

3) Coxofemurais: a dor é sentida na virilha ou na região lateral da junta, com eventual irrradiação para as nádegas ou para os joelhos. Como defesa, os pacientes rodam a coxa para fora e dobram a perna, dando a impressão de que o membro encurtou;

4) Coluna: quando o comprometimento do disco entre as vértebras e as alterações ósseas vizinhas comprimem as raízes nervosas que emergem da coluna, surgem dor, espasmos, atrofias musculares e limitação de movimentos. Os locais mais acometidos são a coluna cervical baixa e as últimas vértebras lombares. A radiografia pode mostrar osteófitos (bicos de papagaio), cuja presença não guarda relação direta com a dor.

Não existe tratamento que retarde a evolução ou reverta o processo patológico que conduz à osteoartrite.


As seguintes medidas gerais são úteis em todos os casos:

1) Repousar depois de atividade que solicite a articulação comprometida;

2) Adotar postura cuidadosa ao sentar, levantar objetos e andar, para evitar posições forçadas que sobrecarreguem a articulação.

3) Evitar pesos e atividades causadoras de impactos repetitivos.

4) Usar calçados confortáveis que ofereçam boa base de apoio; não calçar sapatos com os calcanhares desgastados.

5) Praticar exercícios isométricos que fortaleçam a musculatura para conferir estabilidade à articulação.

6) Evitar a obesidade.

7) Nos casos mais avançados, o uso de bengalas, andadores, corrimãos e alças de apoio no banheiro é fundamental.

Os medicamentos mais empregados para aliviar os sintomas são:

1) Ácido acetilsalecílico e analgésicos comuns como acetaminofeno ou dipirona, mas sua ação é pouco duradoura. O ácido acetilsalecílico pode alterar a coagulação e causar sangramentos;

2) Corticosteroides não são usados de rotina. Em casos excepcionais, a injeção intra-articular alivia dores rebeldes, mas a repetição é capaz de lesar ainda mais os tecidos;

3) Embora seja considerada enfermidade não inflamatória, as alterações das cartilagens costumam atrair infiltrado inflamatório para o local. Esse componente pode ser reduzido com os chamados anti-inflamatórios não esteróides.

Em casos bem selecionados a cirurgia pode trazer benefícios.

DAQUI:
drauziovarella.com.br




sábado, 6 de agosto de 2011

BRASIL: CAMPEÃO NO USO DE AGROTÓXICOS


A notícia sobre a contaminação por agrotóxico caiu como uma bomba sobre os 40 mil moradores de Lucas de Rio Verde (MT). A 350 quilômetros de Cuiabá, com um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, a cidade, de apenas 22 anos, cresceu e enriqueceu com o agronegócio e se orgulha de pertencer à cúpula dos maiores produtores brasileiros de soja e milho. Em março passado, a surpresa: saiu o resultado do teste do leite materno, que deveria ser o mais genuíno dos alimentos servidos aos humanos. Um ano antes, num posto de saúde local, 62 mães doaram amostras. Todas as provas, sem exceção, apresentaram algum tipo de veneno – até mesmo um derivado do DDT, banido no Brasil em1985 pelo alto grau de toxicidade. A investigação sobre o aleitamento, feita por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é parte de um estudo bem mais amplo, no estado e em Goiás, sobre as ameaças à saúde associadas aos defensivos agrícolas. O capítulo de Lucas do Rio Verde começou depois de um acidente em fevereiro de 2006: um avião que pulverizava as lavouras deixou uma nuvem de veneno no ar, queimando chácaras, hortaliças e atingindo nascentes. O método aéreo, muito comum no Brasil, é proibido na União Europeia, porque o vento pode espalhar a química sobre animais e populações vizinhas. Em Lucas, no primeiro momento, causou um surto de vômito e diarreia.



Sinal vermelho

A Anvisa encontrou alimentos com defensivos em excesso. Os mais comprometidos:

80% - Pimentão
56,4% - Uva
54,8% - Pepino
50,8% - Morango
44,2% - Couve
44,1% - Abacaxi
38,8% - Mamão
32,6% - Tomate
27,2% - Arroz
24,8% - Cenoura


De olho no futuro

Antonella, 1 ano e 3 meses, ainda mama no peito da professora gaúcha Claudimara Andreola Rubin, 42 anos, uma das 62 mães que tiveram o leite analisado. Mesmo preocupada com o resultado, ela decidiu continuar amamentando a filha, que não apresentou nenhum sintoma. O pediatra Jaime Floriano confirmou que a criança é saudável. Ele nunca viu os dados do estudo, mas afirma: “Só dá para saber se realmente há malefícios acompanhando essas crianças durante anos”. A bióloga Danielly Palma, autora da pesquisa de mestrado da UFMT, explica que “a gravidade está na própria contaminação, uma vez que o leite deveria ser totalmente puro”. O médico e professor Wagner Pignati, que coordena esse estudo, consegue extrapolar os efeitos de um acidente como o de 2006 para a vida de cada uma de nós – e das nossas famílias. Os agrotóxicos estão presentes na nossa rotina e sonhar com uma dieta livre deles é utopia. A questão, para ele, é a carga cumulativa. “Uma pessoa exposta à toxicidade excessiva por meses e anos pode sofrer diminuição na acuidade visual ou auditiva, distúrbios neurológicos e até desenvolver câncer ou doença de Parkinson”, diz. O sistema endócrino enfrentaria panes, alterações na insulina ou nos hormônios da tireoide. Pignati lembra que a contaminação de uma grávida pode aumentar a probabilidade de aborto. “Há ainda a possibilidade de o tóxico passar via placenta e causar má-formação fetal.”

A torcida é para que Antonella e as outras crianças nunca apresentem sintomas. Mas a investigação é necessária. Os resultados obrigam o país a repensar a agricultura que desenvolve. É verdade que, com as práticas modernas, o Brasil se tornou competitivo no mundo. Profundamente inquietante, porém, é constatar que oferecemos às nossas crianças uma comida que não sabemos bem o que carrega. Quanto de pesticida está embutido no morango, no tomate ou na cenoura? Produzimos anualmente 150 milhões de grãos, o suficiente para alimentar a população local e exportar, afirma Luís Eduardo Pacifici Rangel, coordenadorgeral de Registro de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura. A revolução verde, nos anos 1960, trouxe a modernização e o aumento da produção, com a introdução dos insumos químicos. A partir daí, o setor passou a defender os agrotóxicos. Os motivos: eles reduzem os custos de mão de obra e melhoram a qualidade dos produtos. Isso deu ao país o troféu de campeão mundial no uso de defensivos químicos (em números absolutos), o que se repetiu três vezes nos últimos anos, superando os Estados Unidos. Incômodo campeonato. Nas contas do sindicato que reúne os produtores de defensivos, só em 2009 consumimos 1 bilhão de litros. Pronunciar agrotóxico é o mesmo que dizer fungicidas, inseticidas, herbicidas e outros venenos. O Brasil tem legislação que estabelece a quantidade e a forma de aplicação. Se ela fosse rigorosamente seguida, os alimentos teriam apenas resquícios dessas substâncias, que, para especialistas, não afetariam a saúde.

Com o uso contínuo, algumas pragas se tornaram muito resistentes a essas substâncias. Como acontece com os antibióticos, elas vão perdendo a eficácia quando aplicadas constantemente. Diante da resistência redobrada de insetos e pestes, os fazendeiros andam carregando a mão nas doses de veneno. O duro é que o morango comprado na feira não vem com bula que explica os efeitos adversos e os males a que ficamos expostas se a fruta tem agrotóxicos demais. Não adianta evitar o morango, porque a química chega ao organismo por vários caminhos. Um exemplo: a soja, transgênica ou não, é uma cultura muito tratada com defensivos. Responsável pela metade da produção agrícola brasileira, entra em 70% dos alimentos processados. Nem o lombi nho assado está livre dos resíduos de agrotóxicos: o porco de granja se alimenta de ração, e ela é feita de soja.


Fiscalização frágil:

A inspeção dos alimentos é tarefa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Funciona assim: uma equipe recolhe amostras em supermercados e feiras em 26 estados e envia para laboratórios. No ano passado, a agência divulgou que 29% dos 20 itens, num total de 3 130 amostras coletadas em 2009, apresentaram irregularidades, como resíduos de agrotóxicos acima do permitido (veja “Sinal vermelho”). Segundo a Anvisa, 15% da nossa comida tem taxa de veneno prejudicial. Os maiores riscos estão nos contaminados por endossulfan (usado em lavouras de pimentão e pepino), seguidos por acefato (cebola e cenoura) e metamidofós (comum na plantação de tomate e alface). Essas três substâncias, banidas há uma década nos Estados Unidos e na União Europeia, integram a lista dos 14 agrotóxicos que estão sendo reavaliados pela Anvisa. O endossulfan, que causaria câncer e má-formação fetal, figura entre os cinco que serão proibidos no Brasil em dois anos, de acordo com a agência. Até lá, uma das possibilidades de se proteger é mexer na dieta. O problema não é comer apenas um alimento com defensivos em excesso, mas vários numa mesma refeição. Outra saída é espaçar os ingredientes. Pepino e pimentão, entre os mais suscetíveis à contaminação, devem voltar à mesa a cada 30 dias.

Já o controle do uso de defensivos cabe aos ministérios da Saúde, da Agricultura, da Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente. Esses órgãos recebem dos estados e municípios comunicados sobre o que se passa nas lavouras. O caso de Lucas do Rio Verde, dizem as assessorias dos dois primeiros ministérios, não foi notificado oficialmente. Eles souberam pela mídia.

Luís Rangel alega que no Brasil o mau uso dos defensivos é frequente. O Censo Agropecuário do IBGE concluiu, em 2006, que, do total de 1,5 milhão de produtores que se valem dos defensivos químicos, 56% não receberam nenhuma orientação técnica. “Temos mais de 800 mil agricultores de pequeno e médio porte e é impossível acompanhar todos eles”, afirma. Um agricultor pode adotar equipamento de proteção individual e estar a salvo, mas, se despejar agrotóxico a menos de 500 metros de um córrego, coloca em risco a região.

Durante 15 anos, a agricultora Rosiele Cristiane Ludtke, 33 anos, cultivou com a família 33 mil pés de fumo na terra que mantêm em Paraíso do Sul, a 220 quilômetros de Porto Alegre. Em 2008, quando colheram o fumo úmido e venderam para uma grande empresa, Rosiele foi internada com muita dor de cabeça, náusea e vômito. “No hospital, disseram que eu estava intoxicada”, conta. A irmã dela, Lívia, permaneceu três dias hospitalizada. Hoje, Rosiele planta milho, feijão, batata, cebola e alho sem agrotóxicos. “Ganho menos, porque a produção é menor, mas vivo com mais saúde”, afirma. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em 2009 foram 3 813 casos de intoxicação e 115 mortes por contaminação com agrotóxicos. De cada 100 casos, três são letais. “É a maior le ta lidade entre os agentes tóxicos”, diz Rosany Bochner, que coordena o sistema de informações tóxico-farmacológicas da Fiocruz. Ela explica que os agrotóxicos são sistêmicos – ou seja, entram pela seiva da planta – ou de contato, que se fixam na parte externa. “No primeiro caso, a lavagem não tira a química, porque ela foi absorvida.” O médico Ângelo Trapé, professor de saúde ambiental da Unicamp, diz que com o de contato é diferente: “Lavar os alimentos basta”.



O que vai matar a fome?

O Brasil teria condição de migrar para grandes plantações agroecológicas no médio prazo? “Precisamos encontrar ferramentas que ofereçam à agricultura um ganho, sem impactos severos na saúde e no ambiente”, diz Luís Rangel. O Ministério da Agricultura está incentivando a adoção de defensivos biológicos, originados de organismos vivos ou de matéria-prima de fermentação. O país usava 1% de biodefensivos em 2001, chegou a 3% no ano passado e tem como meta atingir 5% em 2015. A ação ainda é tímida. “Algumas multinacionais que fabricam agrotóxicos já entenderam que não ganharão a briga e que é melhor aderir ao programa”, afirma.

O planeta está polarizado entre o agronegócio e a agroecologia. O x da questão é que a lavoura orgânica, sem química alguma, tem produtividade 40% menor e seus frutos ficam 30% mais caros. O que faríamos com a fome do mundo? Jacques Diouf, diretor-geral da FAO (a agência da ONU para a agricultura), afirma que até 2050 será necessário aumentar em 70% a produção mundial de alimentos para abastecer a população, que chegará a 9 bilhões de pessoas. A transição para uma agricultura menos ofensiva ainda vai demorar várias décadas. Portanto, a caminhada promete ser longa.



Xô, veneno:

ESCOLHA produtos locais. Os importados recebem mais produtos químicos para suportar a viagem.

PREFIRA os da época. As frutas só sobrevivem além da estação se receberem carga extra de agrotóxicos.

FECHE os olhos para a beleza. Legumes e frutas grandes e fotogênicos são obra de defensivos agrícolas e fertilizantes químicos.

LAVE com esponja e água corrente. Parte dos venenos sai com a higienização. Os que entraram pela seiva, porém, permanecem.

DESCASQUE os alimentos.

DAQUI.



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