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domingo, 29 de janeiro de 2012

Votação para escolher a pior empresa do mundo com 6 finalistas



Texto de Lydia Cintra

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O Greenpeace e a ONG Declaração de Berna realizam, desde 2000, uma premiação que escolhe a pior empresa do mundo, a partir de casos de violações de direitos humanos e crimes contra o meio ambiente.
Chamado “The Public Eye Awards” (algo como “olhos do público”), o prêmio tem na sua lista de finalistas, pela primeira vez, uma empresa brasileira, a Vale. A votação on-line está rolando e o resultado será revelado no dia 27, durante Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
Conheça as empresas finalistas e entenda porque elas concorrem a pior empresa do mundo, segundo a organização do prêmio.



1. VALE
(Nós transformamos florestas em minas e barragens. Não importa como)

Setor: Mineração, com 120 mil funcionários.
Origem: Brasil
Participação na polêmica construção da Usina de Belo Monte, reassentamento forçado de mais de 40 mil pessoas, condições desumanas de trabalho, medidas de proteção ambiental insuficientes e apreensão ilegal de terras. Em 2009, despejou cerca de 114 milhões de metros cúbicos de efluentes industriais e à base de óleo em rios e oceanos. No mesmo ano, sofreu 111 ações judiciais e 151 investigações criminais.

2. FREEPORT
(Uma ameaça aos indígenas e ao meio ambiente, não só na mina de ouro e cobre em Papua Ocidental)
Setor: Mineração de ouro e cobre, com 29.700 funcionários
Origem: EUA
Exploração da região de Papua Ocidental (na Indonésia) durante quatro décadas, com contaminação de rios e reservas naturais (todos os dias, produz cerca de 230 mil toneladas de rejeitos contaminados com metal pesado), repressão violenta e expulsão e marginalização de índios (muitos passaram a viver em favelas e tiveram sua cultura “arruinada”). “Essa forma de colonização econômica leva a uma desintegração social, prostituição e promove o aumento acentuado de infecção por HIV na população“..
3. BARCLAYS
(Apostar em preços de alimentos os coloca fora de alcance, mas dá um saboroso lucro a Barclays)
Setor: Bancário, com 145 mil funcionários
Origem: Reino Unido
Especula preços de alimentos para comprar e vender contratos no mercado financeiro. O mercado de especulação de alimentos praticamente dobrou nos últimos cinco anos e o resultado foi um “dramático” aumento nos preços, que atinge comunidades pobres ao redor do mundo e aumenta ainda mais a fome e pobreza. Em alguns países, esse aumento leva a população a se endividar e muitas vezes a aceitar trabalhos em regime de exploração, além de “tirar” o dinheiro que seria usado pelas famílias em saúde e educação.

4. SAMSUNG
(É hora de encarar a verdade)
Setor: Eletroeletrônicos
Origem: Coreia do Sul
Uso de químicos tóxicos (alguns proibidos) sem proteção adequada aos trabalhadores e negação de responsabilidade de doenças adquiridas pelos funcionários devido a atividades da empresas. Vários foram diagnosticados com câncer relacionado ao uso dos produtos (alguns, inclusive, morreram jovens). Em testes, a empresa não revelou 10 dos 83 químicos usados, argumentando que a informação era de segredo comercial. Além disso, há pesada repressão a ativistas pelos direitos humanos.

5. SYNGENTA
(Como envenenamos pessoas e meio ambiente? Vendendo nossos pesticidas mais perigosos e minando a ciência independente)

Setor: Agroquímico, com 26 mil funcionários
Origem: Suíça
Marketing e venda agressivos e uso de herbicidas altamente tóxicos (um deles proibido na Europa, mas ainda comercializado em países do “sul” – ou seja, subdesenvolvidos ou em desenvolvimento). Muitos agricultores sofreram diversos efeitos agudos e crônicos devido ao manuseio dos produtos. Além disso, há o lobby. A empresa é acusada de realizar uma campanha de difamação contra um cientista crítico ao pesticida “atrazina”. A substância, que é proibida na Europa, foi banida pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), mas após muitas reuniões “a portas fechadas” com os membros da agência, a empresas conseguiu o cancelamento da proibição.

6. TEPCO
(Nós não podemos lidar com aquilo que criamos)

Setor: Energia, com 38 mil funcionários
Origem: Japão
A maior companhia de energia do Japão opera os reatores da Usina de Fukushima e é acusada de não priorizar normas e padrões de seguranças e ter resposta ineficiente a situações de emergência. Investigações revelaram que a empresa subestimou o risco de catástrofes naturais, sem inspeções e manutenções adequedas. Laudos de inspeções foram falsificados e falhas estruturais não foram reparadas.
Empresas como Hershey (chocolate), Novartis (farmacêutica) e Shell/Exxon (petróleo) também foram nomeadas, mas não fazem parte da lista final para votação no público.


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