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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Sobre a Operação Lava-Jato

   (Imagem de maciodaro.blogspot.com)

Deflagrada em março deste ano, a Operação Lava-Jato é uma investigação da Polícia Federal que apura desvios de recursos da Petrobras e envolve servidores públicos, políticos e empresários. No Rio Grande do Sul, a ação refletirá em demissões de funcionários de pelo menos uma empresa envolvida no esquema.
A operação iniciou em 17 de março em seis estados e no Distrito Federal, com a prisão de pelo menos 24 pessoas, entre elas o doleiro Alberto Youssef. Dias depois, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa foi preso pela Polícia Federal. Em abril, ambos foram indiciados por lavagem de dinheiro, sob a acusação de terem desviado recursos da Petrobras. Os dois foram figuras centrais no início da Operação Lava-Jato.
Em agosto, Paulo Roberto Costa aceitou um acordo de delação premiada com a Justiça. Os depoimentos do ex-diretor causaram grande impacto na investigação. Ele revelou que a compra da refinaria de Pasadena envolveu um esquema de corrupção com pagamento de propinas, sendo US$ 1,5 milhão para ele (R$ 3,8 milhões). Em setembro, Costa delatou pelo menos 32 deputados e senadores e um governador. Os políticos teriam recebido 3% de comissão sobre o valor de cada contrato firmado pela Petrobras durante a sua gestão.
Os nomes dos políticos delatados por Costa foram divulgados em uma reportagem da revista Veja, ainda em setembro. Entre os nomes divulgados estavam os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do Senado, foi apontada a participação do presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), e de Romero Jucá (PMDB-RR). Entre os deputados estão Cândido Vaccarezza (PT-SP) e João Pizzolatti (PP-SC).
Em outubro, foi a vez de Youssef aceitar um acordo de delação premiada. O doleiro afirmou que pagou R$ 1 milhão para a campanha de 2010 da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foi eleita senadora naquele ano.
Em novembro, a Polícia Federal cumpriu 85 mandados judiciais, incluindo 25 de prisão. Entre os detidos estavam o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e dirigentes de grandes empreiteiras.
Por ter foro privilegiado, políticos ficaram de fora da investigação
Políticos, sejam eles deputados federais, senadores ou ministros, não deverão ser investigados pelos membros da Justiça, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que conduzem as ações da Operação Lava-Jato, baseada em Curitiba (PR). Isso não significa que ocupantes de mandatos e de cargos públicos ficarão livres de responder caso seja identificada a participação no suposto esquema de formação de cartel entre empreiteiras para o superfaturamento de obras e desvio de recursos da Petrobras.
O que está em curso é uma estratégia capitaneada pelo juiz federal Sergio Moro, considerada “inteligente” por advogados envolvidos na defesa de suspeitos, de deixar que políticos, detentores do foro privilegiado, sejam inquiridos e julgados somente por Cortes superiores. Se tivesse incluído políticos no seu escopo, Moro poderia ter colocado a operação em risco.
Ação teve impacto na economia gaúcha
Uma das empresas investigadas na Operação Lava-Jato é a Iesa Óleo e Gás, que construiu uma unidade para montar módulos de plataformas para a Petrobras em Charqueadas. Em crise financeira e com executivos presos, a empresa teve o contrato com a estatal rompido. Com isso, anunciou que demitirá cerca de mil funcionários no dia 24 de novembro.
Além disso, empresas gaúchas fornecedoras de materiais para a Iesa temem levar um calote. Para os credores, o mais provável é que o estaleiro do polo do Jacuí soçobre diante da baixa perspectiva de um parceiro assumir o contrato para fornecimento de módulos de plataformas para a Petrobras e, com isso, fiquem a ver navios.

Como funcionava o esquema

— Os dois diretores da Petrobras de Abastecimento, Paulo Roberto Costa (indicado pelo PP, com apoio do PMDB no Senado), e de Serviços, Renato Duque (indicado do PT), negociavam a execução de obras com empreiteiras e cobravam propina de 3% do valor do contrato. Em contrapartida, as empresas formavam um cartel que se perpetuava nas licitações bilionárias das maiores obras e equipamentos para exportação e refino de petróleo.
— Esses contratos somaram R$ 59 bilhões. Entre as licitações viabilizadas por suborno estão obras na refinaria Abreu e Lima (Pernambuco) e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
— Para não perder muito dinheiro com o pagamento de suborno, as empreiteiras vencedoras das licitações superfaturavam os contratos: aumentavam o preço, artificialmente e sem necessidade, geralmente por meio de aditivos. Alguns contratos chegaram a ter 32 aditivos.
— A propina de 3% era dividida entre as diversas diretorias da Petrobras, cada uma vinculada a um partido (entre eles PT, PMDB e PP). O dinheiro era destinado a campanhas políticas.
— As empreiteiras e suas coligadas assinavam contrato de prestação de serviços com empresas de fachada controladas por doleiros. Depositavam na conta delas o valor da propina. Porém, muitas vezes o dinheiro era entregue em espécie a emissários.
As empresas envolvidas
Entre 2009 e 2013, foram licitadas grandes obras de refinaria, como Abreu e Lima, Comperj e Presidente Getúlio Vargas.
— OAS
— Odebrecht
— Camargo Corrêa
— Mendes Júnior
— Construtora Galvão / Galvão Engenharia
— Iesa
— Engevix
— UTC / Constran​

 Leia as últimas notícias sobre a Operação Lava-Jato

Daqui.

Rir para não chorar...






























Charges daqui.


sábado, 1 de novembro de 2014

Técnicas de estudo: escolha a sua!


  Experimente e escolha qual a melhor técnica de estudo* para você:

Grifar – Utilidade Baixa

Prepara-se para dar um descanso ao seu grifador amarelo. O estudo aponta que a técnica de apenas grifar partes importantes de um texto é pouco efetiva pelos mesmos motivos pelos quais é tão popular: praticamente não requer esforço.
Ao fazer um grifo, seu cérebro não está organizando, criando ou conectando conhecimentos. Então, grifar só pode ter alguma (pouca) utilidade quando combinada com outras técnicas.

ReleituraUtilidade Baixa

Reler um conteúdo, em regra, é menos efetivo do que as demais técnicas apresentadas. O estudo, no entanto, mostrou que determinados tipos de leitura (massive rereading) podem ser melhores do que resumos ou grifos, se aplicados no mesmo período de tempo. A dica é reler imediatamente depois de ler, por diversas vezes.
Mnemônicos – Utilidade Baixa

Segundo o dicionário Houaiss, mnemônico é algo relativo à memória; que serve para desenvolver a memória e facilitar a memorização (diz-se de técnica, exercício etc.); fácil de ser lembrado; de fácil memorização.
Em apostilas e sites de concursos públicos, é muito comum ver o uso de mnemônicos com as primeiras letras ou sílabas, como SoCiDiVaPlu para decorar os fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º da Constituição).
O estudo da Psychological Science in the Public Interest mostrou que os mnemônicos só são efetivos quando as palavras-chaves são importantes e quando o material estudado inclui palavras-chaves fáceis de memorizar.
Assuntos que não se adaptam bem a geração de palavras-chaves não conseguiram ser bem aprendidos com o uso de mnemônicos. Então, utilize-os em casos específicos e pouco tempo antes de teste.

Visualização – Utilidade Baixa

Os pesquisadores pediram que estudantes imaginassem figuras enquanto liam textos. O resultado positivo foi apenas em relação a memorização de frases. Em relação a textos mais longos, a técnica mostrou-se pouco efetiva.
Surpreendentemente (ao menos para mim), a transformação das imagens mentais em desenhos também não demonstrou aumentar a aprendizagem e ainda trouxe o inconveniente de limitar os benefícios da imaginação.
Isso não invalida completamente o uso de mapas mentais para estudos, já que esses consistem além de desenho a conexão de ideias e conceitos.
De qualquer maneira, o resultado do estudo é que a visualização não é uma técnica efetiva para provas que exijam conhecimentos inferidos de textos.

ResumosUtilidade Baixa

Resumir os pontos mais importantes de um texto com as principais ideias sempre foi uma técnica quase intuitiva de aprendizagem.
O estudo mostrou que os resumos são úteis para provas escritas, mas não para provas objetivas.
Embora tenha sido classificado como de utilidade baixa, a técnica de resumir ainda é mais útil do que grifar e reler textos. O paper diz que a técnica pode ser uma estratégia efetiva para estudantes que já são hábeis em produzir resumos.

Interrogação ElaborativaUtilidade Moderada

A técnica de interrogação elaborativa consiste em criar explicações que justifiquem por que determinados fatos apresentados no texto são verdadeiros.
O estudante devem concentrar-se em perguntas do tipo Por quê? em vez de O quê?.
Seguindo o exemplo que demos pouco antes, em vez de decorar um mnemônico como SoCiDiVaPlu, o ideal seria perguntar-se por que o Brasil adota a dignidade da pessoa humana como fundamento da República? E buscar a resposta na origem do estado democrático de Direito e na adoção do princípio da dignidade da pessoa humana pelas principais democracias ocidentais após a Revolução Francesa.
Note que esse tipo de estudo requer um esforço maior do cérebro, pois concentra-se em compreender as causas de determinado fato, investigando suas origens.
Falando especificamente de concursos públicos, a interrogação elaborativa é um grande diferencial na hora de responder redações e questões discursivas.

Auto-ExplicaçãoUtilidade Moderada

A auto-explicação mostrou-se ser uma técnica útil para aprendizagem de conteúdos mais abstratos. Na prática, trata-se de ler o conteúdo e explicá-lo com suas próprias palavras para você mesmo.
O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.

Estudo IntercaladoUtilidade Moderada

A pesquisa procurou saber se era mais efetivo estudar tópicos de uma vez ou intercalando diferentes tipos de conteúdos de uma maneira mais aleatória.
Os cientistas concluíram que a intercalação tem utilidade maior em aprendizados envolvendo movimentos físicos e tarefas cognitivas (como ciências exatas).
O principal benefício da intercalação, como já havíamos observado, é fazer com que a pessoa consiga manter-se mais tempo estudando.

Teste PráticoUtilidade Alta

Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é uma das duas melhores maneiras de aprendizagem. A pesquisa científica mostrou que realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que outras técnicas.
No caso específico de concursos públicos, a recomendação é fazer toneladas de exercícios de provas anteriores. Não apenas do cargo para o qual você está estudando, mas qualquer tipo de questão que encontrar pela frente.
Como já recomendamos anteriormente, a maneira mais fácil de realizar testes é utilizando sistemas específicos para isso, como o site Questões de Concursos.

Prática DistribuídaUtilidade Alta

A prática distribuída consiste em distribuir o estudo ao longo do tempo, em vez de concentrar toda a aprendizagem em um bloco só (a.k.a. na véspera da prova).
Pesquisas mostram que o tempo ótimo de distribuição das sessões de estudo é de 10% a 20% do período que o conteúdo precisa ser lembrado. Por essa conta, se você quer lembrar algo por cinco anos, você deve espaçar seu aprendizado a cada seis meses. Se quer lembrar por uma semana, deve estudar uma vez por dia.
A prática distribuída também pode ser interpretada como a distribuição do estudo em pequenos períodos ao longo do dia, intervalando com períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de manhã, uma hora à tarde e outra hora à noite.

*Estudo publicado em janeiro de 2013 na revista científica Psychological Science in the Public Interest avaliou 10 técnicas comuns de aprendizagem para classificar quais possuem de fato a melhor utilidade.

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